Nêga Alencar pede isenção da taxa de iluminação pública durante a pandemia em Parintins
De Manaus, onde se recuperou da Covid-19, parlamentar criticou emenda à resolução que limita participação na sessões à vereadores que estejam nos limites da cidade.
A vereadora Nêga Alencar fez nesta terça-feira (12) uma propositura que solicita à Prefeitura Municipal de Parintins realize estudos que possibilitem a suspensão da cobrança da tarifa de iluminação pública de imóveis com consumo de até 400 kWh/mês, de contribuintes residenciais, comerciais e industriais da cidade, enquanto durar o período de pandemia da Covid-19.
Com a suspensão de atividades que geram aglomerações no município, e pelo fato de a contenção da doença passar pelo isolamento social, houve impactos econômicos para a população mais pobre, que seria poupada de mais um imposto. “Entendo que essa é uma receita da qual é possível abrir mão neste momento para ajudar essas pessoas, até porque todos sabemos que está sobrando dinheiro na Prefeitura”, disse Nêga Alencar. A propositura será votada na sessão desta quarta-feira (13).
Direito de participar das sessões
Mesmo com o município de Parintins atravessando a crise sanitária e econômica imposta pelo novo coronavírus os vereadores preferiram dedicar boa parte da sessão desta terça para tentar impedir Nêga Alencar de participar das próximas. Em Manaus, onde estava se recuperando junto com a família da Covid-19, Nêga chegou a discursar por cinco minutos nesta terça por ter sido impedida de participar da última sessão, por decisão dos colegas.
Desta vez, até mesmo uma emenda à resolução legislativa criada para reger as sessões remotas durante a pandemia foi apresentada para limitar a participação aos vereadores que estejam dentro dos limites de Parintins. A proposta, estranhamente realizada apenas quando os parlamentares souberam que uma colega estava fora da cidade, foi alvo de um duro protesto de Nêga Alencar.
Recuperação
Nêga também utilizou o espaço para celebrar a recuperação, sua e da família, da Covid-19, respondendo à críticas que recebeu por ter ido à Manaus para tratamento.
“Eu, minha mãe, que faz parte do grupo de risco, e minha irmã, estamos recuperadas, graças a Deus. Não fui compreendida dentro da casa porque sou uma mulher muito discreta. Respeito o direito dos outros, mas quando estou no meu direito, vou até o fim. Estou discursando hoje porque me foi cassada a palavra na sessão passada por não estar presente no município. Ouvi piadas desnecessárias e até críticas em programas de rádio de alguns vereadores, dizendo que eu estava turistando. Isso é até vergonhoso, vindo de quem não sabe da realidade, e que prega tanto a palavra de Deus e julga tanto o próximo. Ouvi piadinhas perguntando se eu precisei de respirador. Não precisei, vereador, graças a Deus, que é imenso, e faz as coisas darem certo”, completou.